sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A suspensão de pressupostos.

Em um diálogo as questões devem ser sentidas, examinadas e ponderadas. Assim, Bohm (2005) sugere que seja efetuada a “suspensão dos pressupostos” a fim de evitar pressuposições ou presunções.
Suspender os pressupostos significa segurá-los “como se estivessem pendurados à sua frente, constantemente acessíveis ao questionamento e à observação”. Isso não significa que necessitamos deixar de lado nossos pressupostos, suprimi-los ou evitar sua expressão. Também não significa que ter opiniões é “ruim” ou que devemos eliminar o subjetivismo. Ao contrário, significa estarmos conscientes dos nossos pressupostos e submetê-los a exame. Isso não pode ser feito se estivermos defendendo nossas opiniões. Tão pouco pode ser feito se não tivermos consciência dos nossos pressupostos ou de que nossas visões se baseiam em pressupostos, ao invés de fatos incontroversos. Bohm (2005) argumenta que o indivíduo que “se fecha numa posição” e decide que “é assim que tem de ser” bloqueia o fluxo do diálogo.
Para suspender todas as opiniões torna-se necessário perceber as próprias reações de hostilidade e observar o modo com que as pessoas estão se comportando e quais são as suas reações. O ponto é manter o diálogo em um nível em que as opiniões surjam, mas que se possa olhar para elas.
Bohm, D. Diálogo: comunicação e redes de convivência. São Paulo: Palas Athenas, 2005.

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