segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A consciência participativa.

O objetivo do diálogo não é analisar as coisas, ganhar discussões ou trocar opiniões. Seu propósito é suspender as opiniões e observá-las - ouvir os pontos de vista de todos, suspendê-los e  a seguir perceber o que tudo isso significa. Se pudermos perceber o que significam todas as nossas opiniões compartilhatremos um conteúdo comum, mesmo se não concordamos completamente. Pode resultar que os conteúdos não sejam muito importantes - pode se tratar apenas de pressupostos. Mas se pudermos examinar todos eles, seremos capazes de nos mover de maneira criativa em direções diferentes. Poderemos simplesmente compartilhar a apreciação dos resultados: e dessa totalidade a verdade emerge sem se anunciar, sem que a tenhamos escolhido.

Se cada um de nós fizer a suspensão de pressupostos faremos todos a mesma coisa. Olharemos juntos. O conteúdo de nossa consciência será essencialmente o mesmo. Nessa ordem de ideias, será possível estabelecer entre nós um tipo diferente de consciência, uma consciência participativa - o que na verdade a consciência sempre é. Estabeleceremos uma espécie de consciência que seja  reconhecida como participativa e possa continuar a sê-lo livremente. Tudo pode se mover entre nós. Cada pessoa participa, compartilha a totalidade dos significados do grupo e, ao mesmo tempo, faz parte dele. Isso é um diálogo verdadeiro.

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